No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a Covid- 19, pandemia internacional (OMS, 2020). A Covid-19 chegou ao Brasil no final de março de 2020 (MS, 2020). Com a doença, toda concentração ou aglomeração de pessoas se tornou risco epidemiológico. E locais que reúnem muitas pessoas todos os dias, caso das escolas, tiveram as atividades presenciais suspensas e foram fechados por tempo indeterminado (UNESCO, 2020). Dentro da escola, o trabalho pedagógico ocorre de maneira interativa, coletiva e presencial. Lembra-se ainda que a escolaridade é a representação dos sistemas de ensino e aprendizagem de crianças e jovens nas sociedades modernas (NÓVOA, 1991; DUARTE; HYPOLITO, 2021). Neste sentido, não havia solução imediata para promover a educação com as escolas fechadas; assim, o impacto foi enorme. Os números confirmam isso: em 2020, a suspensão das aulas presenciais e as medidas de isolamento/distanciamento social (IS/DS) deixaram cerca de 90% de todos os estudantes do mundo sem qualquer atividade; significa dizer que 1 bilhão de estudantes foram afetados. Nos dois anos de pandemia, as escolas se mantiveram fechadas, em média, por 34 semanas ou um ano letivo inteiro. A incerteza gerada foi grande. No caso do Brasil, este é um dos países que manteve as escolas nessa situação por mais tempo: em alguns lugares, até 42 semanas (UNESCO, 2020; 2021). Este texto apresenta um panorama geral das principais modificações causadas pela pandemia no contexto da educação básica (EB) no Brasil, com estudo de caso em Minas Gerais (MG). É importante compreender as respostas político-educacionais dos agentes públicos de ensino a essa situação inédita. Em perspectiva, estão as condições em que se realiza o trabalho docente no Estado. O marco temporal estabelecido engloba os acontecimentos de 2020 a 2022.