Este texto sistematiza resultados de pesquisa de Mestrado que investigou o conjunto de práticas docentes, no Ensino Remoto Emergencial (ERE), em escolas públicas municipais da cidade de Pelotas/RS. A pesquisa, de caráter qualitativo exploratório, utilizou como fundamentação teórica António Nóvoa, Dalila Oliveira e Jorge Larrosa. As temáticas analíticas empreendidas contemplam três dimensões eleitas para a investigação: i) A reconfiguração da escola e a docência no ERE; ii) As condições de trabalho docente no ERE; iii) As experiências e vivências das docentes no contexto pandêmico e no ERE. A análise dos dados produzidos aponta que houve sobrecarga de trabalho e que as práticas pedagógicas surgidas nessa reconfiguração da escola e da docência, em modo remoto emergencial, perpassaram a vida pessoal das e dos docentes, gerando angústias e impondo desafios diários. Tais aspectos implicam na contínua precarização do trabalho docente, em que os meios de trabalho, de responsabilidade e obrigação dos governos acabaram sendo providos pelas professoras. O estudo também registra os impactos positivos e negativos do ERE e do contexto pandêmico, que atravessou e modificou a perspectiva pessoal e profissional das e dos docentes, e a sua própria prática pedagógica.