O presente artigo analisa discursos que compõem a política de Educação Especial em perspectiva inclusiva atualmente vigente na Rede Municipal de Educação de São Paulo/Brasil, evidenciando como se estrutura a política como texto e como discurso. Partindo da compreensão de análises políticas a partir da abordagem do ciclo de políticas (BALL & BOWE 1992, BALL, 1994), buscou-se realizar o entrecruzamento da política como texto e da política como discurso, tomando como análise do discurso entrevistas semiestruturadas realizadas com três professoras-formadoras que atuam em um dos treze Centros de Formação e Acompanhamento à Inclusão (Cefais) existentes em São Paulo, para compreender como se dá o trabalho destes profissionais e quais percepções possuem sobre as políticas e sobre as práticas que realizam. As análises permitiram o levantamento de quatro categorias analíticas: I) intensificação do trabalho; II) precarização das condições de trabalho; III) responsabilização pelo sucesso na implementação política; IV) o sentido da formação ofertada. Tais categorias revelam condições de trabalho precarizadas, a concepção dos professores como técnicos multifuncionais (VAZ, 2017) e alijados de uma perspectiva crítica (SANTOS E SILVA, 2017) em suas práticas formativas, o que impacta diretamente sobre um trabalho que se pretende inclusivo.