A pluralidade cultural, em particular a pluralidade religiosa, na escola e na família, tem exigido um olhar atento aos diversos processos de intolerância e de reprodução do preconceito e das desigualdades sociais na sociedade brasileira. Problematizar este fenômeno - o lugar da religiosidade no Brasil - torna-se significativo, na medida em que a escola tem sido, muito frequentemente, lócus de conflitos que emergem na socialização/educação dos estudantes. Tais tensões nascem das diferenças entre os pressupostos da escola pública, diversa e plural, e as famílias. Este artigo apresenta uma problematização a partir dos resultados parciais de uma pesquisa em andamento em duas escolas públicas da Bahia (Brasil). A pesquisa é etnográfica e busca realizar um estudo aprofundado acerca do processo de socialização dos sujeitos, centrando a atenção nas expectativas, disposições e atitudes dos agentes socializadores (nesse caso, a família e a escola). O trabalho de campo foi dividido em duasetapasprincipais: entrevistas,realizadasseparadamentecomosdoismembrosdocasal; histórias de família, realizadas com, pelo menos, três membros de uma mesma família. A pesquisa tem financiamento do CNPQ e está associada ao Grupo de Pesquisa Educação, Diversidades e Desigualdades.