O objetivo deste artigo é problematizar a participação das docentes negras que atuam nos cursos de pós-graduação no Brasil, a fim de demonstrarmos como, mesmo com as mais recentes mudanças nas políticas de ingresso e de formação continuada, ainda persiste um fosso que marginaliza a população afro-brasileira, o que acarreta em uma baixa participação das mulheres negras na docência desses cursos. Como aporte teórico-metodológico para esta investigação, selecionamos o conceito de interseccionalidade, pois acreditamos que o mesmo explica o fenômeno da marginalização de determinados grupos, especialmente das mulheres negras no mercado de trabalho, pois, segundo essa teoria, a violência estrutural é fruto da combinação entre racismo, sexismo e exploração econômica. No que diz respeito aos aspectos metodológicos, apoiamos numa pesquisa de cunho bibliográfico. A partir das reflexões e estudos analisados entendemos que, mesmo com o aumento no número das profissionais que atuam na docência em nível de pós-graduação, os indicadores sociais ainda apontam para uma enorme distância entre os gêneros e os grupos étnico-raciais, com prejuízo maior para as docentes negras, cuja participação nas coordenações é quase inexpressiva.