Eje 9: Culturas, artes y educación en la formación y el trabajo docente

Ateliê (auto)biográfico de arte: uma estratégia de formação docente emancipadora

  • CARVALHO PEREIRA, Ana Cristina (UFMG)
  • KOLB BERNARDES, Rosvita (UFMG)
Resumen

Neste trabalho, apresentamos um processo de investigação sobre as contribuições do Ateliê (Auto)Biográfico de Arte como percurso formativo estético emancipatório de estudantes da Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. A intenção é tornar visível o caminho que temos construído como professoras e pesquisadoras na pós-graduação e coordenadoras dos laboratórios de pesquisa do CNPQ Laboratório de Estudos em Dança, Gesto e Cognição (GESTOLab) e Casa Aberta Mesa Posta: Arte, Formação de Professores, Autobiografia. Neste contexto, desde 2019, ofertamos regularmente a disciplina Narrativas de Si e Aprendizagem em Arte guiadas pela seguinte indagação: como é possível pensar uma proposta de formação como estratégia de resistência, sobrevivência e empoderamento da identidade do docente na área de Arte? Movidas por essa questão e no movimento de acolher as trajetórias dos estudantes, identificamos que ao fazerem escolhas como a de ser artista, professor, professor de arte, pesquisador de/em arte, muitas vezes, se deparam com a marginalidade, o não reconhecimento da Arte como área de conhecimento, isto é, a desvalorização do campo da Arte e a fragilidade na identidade docente, principalmente no contexto escolar. Frente a esse desafio fomos levadas pelo desejo e tomadas de coragem para trilhar e construir um novo caminho experimentando outros modos de ver e ouvir nossos estudantes privilegiando ao longo dos semestres um espaço para elaboração de narrativas, propondo o Ateliê (Auto)Biográfico de Arte a partir da interlocução com as autoras Delory Momberger (2005, 2006, 2016 e 2019), Stela Barbieri (2021), Passeggi (2016, 2017) e Marie Christine Josso (2004). Este caminho é trilhado a partir de imagens, corpos em movimento, sons, objetos e palavras, entre outros. Defendemos, assim, a necessidade de múltiplas linguagens e materialidades num processo de formação emancipatório no campo da Arte. Esses elementos se apresentam como instrumentos mediadores que fomentam possibilidades, não só de ativação da memória do vivido, mas também da materialidade e da narrativa como releitura da experiência dos estudantes. A lembrança do vivido se amplifica através do questionamento reflexivo, para compreender as práticas de si, na existência revelada. Este caminho de formação no campo da arte, cada vez mais reafirma a potência da narrativa (Auto)biográfica e a possibilidade de ensinar, formar e reinventar, evidenciando, assim, a potencialidade tripartite das abordagens (auto)biográficas: pesquisa, intervenção e formação. Ao longo da disciplina Narrativas de Si e Aprendizagem em Arte, o Ateliê (Auto)Biográfico de Arte tem se apresentado como uma estratégia metodológica de formação docente emancipadora. As análises do percurso vivenciado pelos estudantes artistas/professores/pesquisadores evidenciam que este processo de formação proporciona o reconhecimento do saber da experiência de cada um, com a possibilidade de empoderamento do sujeito e a reafirmação da sua trajetória no campo do ensino da Arte. As análises evidenciam que a proposta desenvolvida contribui para o fortalecimento da identidade da profissão, além de potencializar os projetos e as pesquisas.