A ausência de regulamentação assertiva sobre a formação para a docência universitária e a inconsistência das ações formativas promovidas nos espaços institucionais contribuem para a “cultura de desvalorização do pedagógico” na Educação Superior. A partir desta pesquisa, de natureza bibliográfica, apoiamo-nos nos trabalhos de Freire (1996), Zabalza (2004), Roldão (2005), Cunha (2008; 2018), Marcelo Garcia (2009), Almeida (2012), Campos & Almeida (2019) e Melo & Campos (2019) para analisar a repercussão da ausência dos saberes pedagógicos na constituição da identidade profissional de docentes universitários(as), bem como, refletir sobre a relevância de políticas institucionais para a implementação de ações de desenvolvimento profissional docente que contribuam com aprendizagem da docência e fomento da sua profissionalidade. A forma como o(a) professor(a) se enxerga na profissão é chamada de identidade profissional docente, a qual se desenvolve ao longo de toda a sua carreira. Influenciada pelo contexto pessoal, social, histórico, político e educacional, ela diz respeito à esfera individual da docência, enquanto a profissionalidade docente se refere ao processo coletivo de (re)significação da docência. As ações de desenvolvimento profissional docente são capazes de fortalecer a identidade profissional e a profissionalidade docente quando promovem a construção dos saberes didático-pedagógicos, respaldada na ação coletiva, na reflexão crítica sobre a prática, no embasamento teórico das discussões e na superação da dicotomia teoria-prática. Essa transformação em direção a uma formação no sentido mais amplo, qualidade do processo ensino-aprendizagem e promoção de uma educação emancipadora, deve ter como eixos a ética e a resistência e ser assumida como compromisso institucional da universidade e pessoal-profissional do(a) professor(a).