A natureza, como fonte inspiradora do trabalho docente, apresenta possibilidades de romper com algumas lógicas enrijecidas nas rotinas das instituições de ensino. Os tempos, os espaços, as formas de estar e sentir. Cotidianos com práticas docentes “desemparedadas” (TIRIBA, 2017) permitem que a vida aconteça além das paredes da sala de aula e dos corredores escolares, aliadas ao ritmo natural, porque o tempo da escola é lento, a escola só vale apena se for diferente da sociedade (NÓVOS; ALVIM, 2021). Como pensar novos ritmos para a escola moderna? Que novos currículos podem fazer parte dessa escola da lentidão? Que docência pode ser reinventada rompendo com a monocultura do saber (SANTOS, 2021)? Como quebrar com os paradigmas de uma escola pautada pelo capitalismo, pelo colonialismo e pelo patriarcado fugindo do senso comum (SANTOS, 2021)? Objetivo deste trabalho é elucidar processos cotidianos que possibilitam encontros entre as infâncias das crianças e os adultos em uma instituição de educação que tem a natureza e seus ritmos como fio condutor do trabalho docente. Partindo de um olhar reflexivo para esse cotidiano, foi possível apresentar algumas categorias necessárias para se pensar outros modos de ser e de estar na escola, inspirando uma espécie de metamorfose escolar (NÓVOA; ALVIM, 2021) e nas ecologias de saberes outros (SOUZA, 2021).