“Isolar para viver” é uma metáfora que o grupo de pesquisa Geo(bio)grafar: geografia, diversas linguagens e narrativas de professores, da Universidade do Estado da Bahia/Brasil (UNEB), escolheu para nominar um projeto de pesquisa no tempo da pandemia de Covid-19 que, entre as várias ações a serem devolvidas, escrever cartas aos colegas para contar como estavam sobrevivendo, vivendo, foi uma delas. Estas cartas apresentam narrativas sobre diversas dimensões da vida, e neste escrito a busca foi por apreender os modos como os professores narram as interações, articulações do mundo do trabalho e da vida cotidiana no singular e inesperado isolamento/distanciamento social. Para o desenvolvimento do texto, utilizamos da pesquisa narrativa com foco nos estudos de Dominicé (2010), Josso (2010), Larrosa (2002), entre outros, no intuito de analisar de forma compreensiva (Ricoeur,1976) como o trabalho docente precisou de adequação no tempo do isolamento, considerando os diferentes modos de cada professor trabalhar. Por conclusão, emergiram das narrativas que o desassossego permeou as ações num primeiro momento, decorrente dos desafios estruturais, a falta das relações presencias no decorrer do processo, além de ficar evidenciado que o trabalho foi exaustivo e que precisa ser repensado, reorganizado para integrar práticas e saberes decorridos deste tempo pandêmico.