A partir das atividades do projeto de extensão Remição de pena através da prática de leitura no Presídio Regional de Pelotas, da Universidade Federal de Pelotas, foi possível identificar várias questões que problematizam a formação humana e o trabalho docente. Nesse sentido, o objetivo principal deste ensaio é destacar algumas situações e perspectivas que atravessam o trabalho do professor de literatura em sua intenção de colaborar para a formação de leitores literários. A articulação necessária entre professores, acadêmicos e os leitores privados de liberdade evidenciou que a falta de valorização e de profundidade da leitura é um dos principais problemas existentes nesse processo, ainda mais se somada a ideia de que a leitura em si mesma, de forma solipsística, seria capaz de substituir as relações que se exigem a partir dela. As reflexões de Antonio Candido sobre a função humanizadora da literatura e de Axel Honneth acerca do reconhecimento são utilizadas como base para este trabalho.