Este artigo resulta de uma pesquisa cujo objetivo foi compreender o processo de constituição de sentido(s) da docência na formação inicial em Química, com foco nas experiências vivenciadas durante o estágio curricular. O estágio é abordado como um espaço relacional, articulado por ações no cotidiano escolar e universitário, que promovem interações entre licenciandos/as e professores/as em exercício, além de trocas com os/as colegas de graduação. Essas interações fomentam a reflexão, discussão e problematização de questões relacionadas ao projeto pessoal sobre a opção pela licenciatura e à escolha da profissão. A pesquisa fundamentou-se na abordagem (auto)biográfica e nas narrativas de formação (Josso, 2004; Silva, 2017), utilizando como dispositivos metodológicos o Ateliê Reflexivo (Silva, 2017) e o Memorial de Formação (Abrahão, 2011). Os resultados indicam que o estágio desenvolvido na forma de Ateliê Reflexivo proporcionou um processo de (auto)formação, que, por sua vez, impactou sua consciência de si, na leitura da realidade social e no desenvolvimento da trajetória formativa dos/as licenciandos/as, integrada conscientemente com os componentes curriculares e com a conscientização sobre a necessidade de que estes proporcionem experiências geradoras de aprendizagens para a docência e reflexões sobre o processo de “vir- a-ser” professor/a de Química para atuação na Educação Básica.