Política Nacional de Alfabetização (PNA) no Brasil: ciências cognitiva e expertise na busca de produção sentidos para as diretrizes curriculares formação continuada de professores alfabetizadores
- SIMOES DA MOTA, Ana Paula (UERJ/Proped)
No Brasil com a instituição da Política Nacional de Alfabetização (PNA) pelo Decreto n.o 9.765 de 11 de abril de 2019 ocorre um forte movimento epistemológico para significar o currículo na alfabetização, o ensinar e o aprender, a partir de princípios norteadores das ciências cognitivas e das neurociências. Esse trabalho tem o objetivo de analisar os processos de articulações políticas e os discursos enunciados para a formação continuada de professores alfabetizadores a partir de documentos normativos e legislativos da (PNA) no Brasil. Para isso, assumo como pressuposto teórico-metodológico a perspectiva pós-estrutural da Teoria do Discurso (TD) de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe para ressaltar o caráter contingente e provisório dos discursos da PNA e dos sentidos, que buscaram ser hegemonizado no campo da alfabetização como mais eficazes. Com base análise do discurso laclauniana mostro que os discursos de evidências científicas e expertise da ciência cognitiva são apresentados nessa política como únicos a garantir o sucesso na alfabetização, buscando produzir efeitos sobre a formação docente e o currículo na tentativa de restringir a alfabetização a modos de fazer, reproduzir métodos empíricos e preencherem uma lacuna na qualidade da educação brasileira.